Voltei, voltei...
Andava há imenso tempo para voltar aqui. Volta e meia lembro-me de tantas coisas que gostaria de deixar cá registado, mas depois passa. Tudo é mais importante, tudo é sempre mais urgente.
O que é certo é que há mais de 1 ano que não digo nada. Nos entretantos perdi o meu pai. Tive outro filho. Perdi o avô que a vida me deu, fui tia de novo, a vida foi acontecendo. Mudei de trabalho, reduzi necessidades, reaprendi o valor de certas coisas e descobri que realmente preciso de muito pouco para estar bem.
O meu menino nasceu numa madrugada quente de Setembro. Não foi um bebé planeado e na verdade não me foi fácil aceitar que ele vinha a caminho. Tinha traçado novos planos, definido metas e objectivos e focado todos os meus esforços num trabalho no qual um bebé não era de todo enquadrável.
Mas a vida tinha outros planos para nós. E ele nasceu.
Eu saí daquele trabalho e ao contrário do que eu pensava, foi libertador. Afastei-me de pessoas e situações que hoje vejo que não me faziam bem. E muito menos feliz.
Encontrei um trabalho perto de casa, muito menos glamoroso que o meu gabinete, mas com um horário que me permite estar com os miudos e vê-los crescer.
O Afonso já fez um ano. E a Maria vai fazer 3 daqui a uns dias. E eu, com todo o amor e paciência do mundo, vou fazer-lhe o bolo que ela pede, decorar a festa com ela e mesmo sendo uma coisa simples e sem as pessoas que gostaríamos, vamos celebrar. Porque se neste tempo todo houve coisa que eu percebi, é que há sempre um motivo para celebrar.
Vocês, ainda estão aí?