Confiança que se quebra
Trabalhei quase 10 anos no meu anterior emprego. Saí de lá sem amigos. Mas com boa relação entre os que ficaram.
Tinha colegas com quem me dava bem e com quem colaborava de forma favoravel sem qualquer problema. Nunca tive conflitos no local de trabalho por causa dos diz que disse, porque ela disse isto mas depois fez aquilo ou coisa que o valha, porque nunca me pus a jeito, diga-se de passagem. Lembro-de de, ainda em pequena ouvir o meu pai dizer que amigos eram aqueles que levavamos vida fora, a malta porreira do trabalho, eram colegas. Só! Que até podiam ser meus amigos pessoais fora do trabalho, mas a tudo o que se referia ao local de trabalho e assuntos relacionados com isso, o patamar baixava: eram colegas.
Ao inicio achei isto uma forma demasiado negra de encarar as coisas, mas a verdade é que me regendo por ela, nunca tive problemas do género.
O esgotamento, desmotivação e mais uma panóplia de situações levaram-me a estabelecer-me por conta própria, e confesso que o facto de ter que deixar de aturar ou pôr-me a jeito nestas situações, levam-me a querer continuar assim. Mas nada de faz sozinha... e pela primeira vez baixei a guarda. Confiei porque quem não arrisca não petisca e porque não, adensar as relações no trabalho e darmo-nos todos bem? ... Conversas, desabafos, sonhos em comum, muitos projectos... e pumba. Lá vou eu dar razão ao paizinho!
Só que desta vez ficou-me de emenda... e neste momento já não sei o que é pior: a agonia, dado o ambiente que se partilha aqui ou a mágoa... ou ainda a raiva de mim mesma por ter sido tão estupida.